Saúde Mental Indígena
- Mel Meireles
- 16 de ago. de 2021
- 2 min de leitura
Imagine ter sua casa invadida, você e seus parentes agredidos, paredes derrubadas e casa incendiada...imagine que com todo esforço, você e sua família re
constroem tudo...e mais uma vez...casa invadida, você e seus parentes agredidos, casa incendiada...
Não existe paz nos territórios indígenas do nosso país! Não existe nem noite tranquila de sono para pessoas indígenas que vivem em região de mata.
A depressão é uma epidemia entre jovens indígenas, os maiores índicies de suicídios entre jovens no Brasil, 81% dos casos, está em região de população indígena. O Amazonas e o Mato Grosso do Sul lideram com 446 casos por cem mil habitantes. (Unicef,2011).
As questões de identidade também são graves, afinal, o que é ser indígena?! A todo momento eles têm a sua história negada, a dor negada, a capacidade e a cultura negada.
"A solidão, a rejeição e a incompreensão são sentimentos comuns entre os jovens indígenas especialmente quando nos deparamos com os cânones de beleza, ciência e cultura das cidades e na dificuldade de diálogo com aqueles que muitas vezes não tem interesse em conhecer nossa cultura, mas que acham que somos obrigados a conhecer e entender a deles.
Para aqueles que estão em retomadas e outros conflitos de território, a violência explícita de ameaças, estupros, incêndios, tiroteios e assassinatos são um quotidiano que inviabiliza a sanidade mental: além de sobreviver à miséria, é impossível fugir da tristeza quando se nasce no meio ao genocídio. Parece que nossa herança sempre vai incluir a maldita lista de óbito, de nossos vizinhos e familiares pelos motivos mais diversos: desnutrição, falta de medicação ou atendimento médico, inúmeras doenças e acidentes por falta de estrutura, e o álcool.
Para combater o suicídio precisamos falar sobre e reconhecer o quão comum ele é a nossa volta, em nossa comunidade, em nossa família ou até em nossa própria cabeça para entender que não estamos assim tão sós (...)" Texto: @daiaratukano
Imagem: Sônia Guajajara, Coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) no Acampamento Terra Livre 2019. Foto: APIB

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